sexta-feira, dezembro 05, 2008

O velho do mar



Califórnia, EUA, dias de hoje. Um antigo campeão das ondas, Jim Wesley, quase um cinqüentão, poderia ter desistido da vida após perder a mulher e o filho em um acidente. A fidelidade aos seus ideais e às ondas não permite essa fuga e covardia. Porque Jim ainda sabe que a palavra fundamental é “compartilhar”.
É por isso que ele entra na vida de um garoto, órfão de pai, que quer aprender a surfar. É assim que ele vai voltar a viver: dividindo sorrisos e sessions com esse menino.
Óbvio imaginar o que acontecerá [o moleque ainda tem uma bela mãe e um irmão rebelde]? Sim, mas as palavras de Jim Wesley não são nada banais. São bem diferentes dos egos inflados, egoísmo e desrespeito que transbordam hoje dentro e fora do mar.
Jim se afastou das competições e da busca por ondas cada vez maiores porque achou que tinha coisas mais importantes para fazer: “Passei tanto tempo tentando provar algo, tentando ser aquele cara [de um pôster na parede, ele dropando uma morra monstruosa], que esqueci a razão pela qual eu surfava”.
Ele também passou uma borracha na interminável procura da onda perfeita: “As ondas que eu pegarei amanhã serão sempre as melhores e mais importantes.”
O que vale para Jim Wesley é surfar. Em qualquer lugar, em qualquer tipo de onda.
Não importa o tamanho da onda. Mais importante é o tamanho do coração do surfista.
Pensem nisso antes de reclamar do mar e de qualquer coisa.
“Não importa se o mar está calmo ou feroz, mas sim o modo como você vai sentir a brisa em sua alma” [Janaína Grasso, ex-aluna do colégio Horizontes-Uirapuru]

PS – Jim Wesley é na verdade o ator Mark Harmon. É um personagem do filme “No Calor do Verão” [passa no canal a cabo Cinemax e pode ser alugado em vídeo ou DVD]. Um filme despretensioso e simples. Mas o olhar e palavras de Jim valem mais que horas e horas desses vídeos de surf moderninhos.

Um comentário:

  1. Compartilhar os momentos, os interesses, os sonhos. A vida embala como as águas do mar, tudo aquilo que se põe ao seu dispor. Ser professor é ser onipresente, uma lembrança eterna, um espelho. Sou sua fã! Te admiro muito Zé. Um bejo grande, Jana.

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