sexta-feira, março 22, 2013

Quem nos tira das cordas



Amor é saber que depois do ringue cotidiano, alguém vai colocar ataduras em nossas feridas de tantas pancadas tomadas. E vai elogiar nosso único soco bem dado. O único golpe que encaixamos e ela percebeu, valorizou. E ela nos fará acreditar que este golpe é bom demais, que basta treiná-lo muito, e adicionar alguns outros, que vamos nos levantar.

Quem nos ama nos impele a lutar, mesmo todo estourado e só querendo um bom colchão-maca para deitar e esquecer.

Quem ama de verdade é igual ao treinador no canto do ringue que não deixa seu lutador desistir, e o ajuda-cuida-orienta a como sair daquele massacre.

O amor não pode, porém, estar presente na maioria de nossos combates do dia-a-dia. Mas lembrar de seu rosto e o quanto acredita na gente é a prece e força que precisamos para sair das cordas.

Não importa quantos nocautes sofremos. Importa é lembrar dela, levantar e contra-atacar feito um Rocky Balboa possuído que mesmo quase não enxergando ou ouvindo mais, ainda vê imagens embaçadas dela e escuta, como um fósforo riscado na escuridão silenciosa, a voz dela.

O amor dela. O nosso amor. A nossa família. A nossa vida, que será sempre, mais forte que qualquer adversário, mesmo esse peso pesado cruel e poderoso chamado sobrevivência.

Obrigado por me dar forças e por acreditar.

Bora encarar essa dor física e espaço profissional reduzido e lutar sem jamais desistir. Uma hora o jogo vira.
Eye of the tiger na mente e suor. POW!!!!!