quarta-feira, maio 13, 2009

O santo mais humano


Como admirar um ídolo do clube rival odiado? Como não ficar p... da vida com o cara que salva o time que a gente não suporta da desclassificação da Libertadores? Como não estragar a noite de sono de nós, secadores? A resposta é Marcão, um imenso goleiro e ser humano. Um cara maior que suas defesas fantásticas. Um raro ídolo e homem exemplar dentro e fora de campo. Bom, homem é pouco às vezes, porque ontem, ressurgiu de novo em sua alma lutadora um herói antigo: São Marcos.
Ontem, em plena Ilha do Retiro, Recife, a cada defesa difícil que ele fazia, atirando-se para espalmar a bola e depois caindo no chão, sua dor e sofrimento era visível. A dor de um corpo castigado por uma longa carreira e diversas fraturas no passado. Ontem essas defesas foram várias. Pelo menos três milagres no tempo normal e depois os pênaltis que defendeu (bom, esses foram mais fáceis, porque das 3 defesas, 2 vieram de jogadores do Sport que simplesmente tremeram ao ver o enorme Marcão na frente).
Marcos já podia ter parado de jogar futebol faz tempo. Campeão do mundo com a Seleção em 2002 (pegando muito em todo o Mundial, inclusive no difícil início de final contra a Alemanha). Campeão de quase tudo com o Palmeiras, incluindo uma Libertadores que ele garantiu nos pênaltis (1999, contra o Deportivo Cáli). Um campeão que depois se estourou de tudo quanto é jeito, com as fraturas. E fraturas, quando se é um atleta com mais de 30 anos, é coisa muito dura de encarar.
Mas Marcos encarou tudo e voltou a jogar em alto nível. Voltou a ser santo. E levou seu limitado Palmeiras às quartas de final do torneio mais duro do mundo, a Libertadores.

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