sábado, julho 03, 2010

Essa alegria e dor colossal chamada Futebol


“Triste de quem não sente a alegria monumental das grandes vitórias ou a dor, também enorme, das derrotas trágicas. Falta a essas pessoas essa maravilha chamada futebol, o amor a este que é muito mais que um jogo”. Foi mais ou menos isso que Mauro Beting escreveu há alguns meses no jornal Lance. Foi exatamente isso o que sentimos, nós, os que amam essa loucura e paixão maravilhosamente doentia chamada futebol.

Como não ter a garganta atravancada com a eliminação desses valentes e bravos paraguaios, que enfrentaram de igual para igual a poderosa Espanha e sua máquina de tocar a bola com arte? Como não sentir a decepção de Cardozo, que perdeu aquele pênalti e agora se esconde com a camisa no rosto, na dor de quem sabe que nunca mais vai esquecer seu erro?
Como não ficar encantado, por outro lado, com a magistral jogada desse apaixonado pela bola chamado Iniesta, que envolveu os paraguaios até deixar a bola na zona mortal para sua seleção fazer o gol da vitória?
Como não se emocionar ao ler hoje a história do paraguaio Valdez, descobrir que ele é um legítimo índio de uma pequena aldeia e que morou dois anos debaixo das marquises de um estádio pequeno no seu país até ser descoberto por um olheiro alemão e ir embora para a Europa? Como não achar belo o que ele faz todo mês: enviar 10 mil euros mensais não apenas para sua família, mas para as 200 pessoas de sua pequena comunidade?
Como não admirar de novo esse tão digno e gigante das traves, o goleiro vencedor Casillas, que foi consolar Cardozo ao vê-lo com a camisa cobrindo o rosto?
Como não imaginar a tristeza do Paraguai inteiro que estava nas ruas hoje, do pequeno Paraguai que teve dois terços de sua população massacrados há dois séculos, em guerras que arrasaram o país (então uma potência emergente econômica) e das quais o pequeno país jamais se recuperou?
E como não vibrar com essa indescritível garra charrua do também pequenino Uruguai, desse Uruguai de uma classificação quase sobrenatural para a semifinal após seu atacante, Suarez, fazer uma defesa no último minuto, defesa que lhe rendeu uma expulsão e o pênalti depois perdido por Gana?
Como não perceber que poucas coisas na vida emocionam mais que a bola ao ver o choro e dor de Suarez se transformar em explosão de alegria em segundos?
Como não ser contagiado por esse imenso Diego Forlán e seu gol de falta espetacular que manteve seu Uruguai vivo, esse Forlán que é um dos poucos monstros dessa Copa junto desse matador psicótico do gol, o espanhol Villa?
Como não ficar aflito, desesperado mesmo ao saber que El Loco Abreu vai bater o pênalti decisivo para a Celeste, e falar com meu pai, “não, ele não vai dar a cavadinha, não, não... ele deu!, gooooooolllllllllllllllllllllllll do Uruguai!!!!!!!” Sim, não existe homem mais louco que Loco Abreu, o cara deu a cavadinha (aquele toque sutil, um tapinha na bola) na Copa do Mundo!!!!!!!!
E como não ficar feliz com a alegria do treinador deles, esse tão educado e genial Oscar Tabarez, um cara tão respeitado em seu país que é chamado de El Maestro até pelos jornalistas não só por ser um ex-professor de escola primária?
E como não admirar essas maravilhas que são as ações em conjunto, bola de pé em pé tratada com carinho e fome, dessa impressionante Alemanha???
Como não perceber a arte de Ozil, um verdadeiro pintor clássico de passes e toques mágicos; desse homem-esquadra que avança como se fosse um time inteiro, Schwzensteigen; desse menino cavalo puro sangue de estocada final de arqueiro, Muller?
E como não admirar a hombridade e humanidade de Maradona no final do massacre, que cumprimentou um a um seus jogadores ainda no campo e ainda deu uma emocionada entrevista coletiva? Sim, Diego errou na escalação, Verón não podia ficar fora, seria o equilíbrio da seleção, e Higuaín não fazia nada, mas Maradona será sempre um herói do futebol, exatament ao contrário de Dunga.
Como não parabenizar a cabeça e inteligência dos diabólicos carecas envenenados Snejder e Robben, que envolveram o pequeno brasil de dunga?
Isso é Copa do Mundo, isso é futebol, isso é paixão, arte e garra. O resto é a covardia e burrice da seleçãozinha de dunga e seus soldadinhos obedientes e tão nervosinhos quanto seu chefinho mais ignorante que chefe idiota.
O resto é essa falta de paixão pela vida dos que não se deixam emocionar pelas loucuras do futebol.

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