Não há ninguém maior que ele no cinema de hoje. Não há ninguém que tenha se transformado tanto, do justiceiro implacável da série de filmes do policial Dirty Harry, aos personagens também durões, mas humanos de Menina de Ouro, A Conquista da Honra e agora, Gran Torino. Ninguém é tão grande como Clint Eastwood, o cineasta e ator fundamental dos EUA que tentam se humanizar e enxergar o outro. O outro que sempre perseguiram: dos negros escravos, inimigos nas guerras aos imigrantes latinos e asiáticos que tomaram o país em busca do “american dream”; do sonho de prosperidade econômica que seus lares, em países pobres e desvastados, não lhes permitiram. O outro, que Clint soube tão bem reconhecer no belíssimo Cartas de Iwo Jima, em que mostrou o nobre ponto de vista dos japoneses na 2ª Grande Guerra.
Em Gran Torino, Clint se despede do trabalho como ator encarnando com o impacto de sempre (cada gesto e olhar dele são sentenças de brutalidade latente ou sensibilidade sendo despertada) o reacionário Walt Kowalski, um velho branco rabugento descendentes de poloneses. Morta sua esposa e desprezado pelos filhos e netos, ele viverá sozinho num bairro de vizinhos quase todos imigrantes orientais, chicanos ou negros.
Walt não suporta os “chinas” que vivem ao seu lado. Não suporta conviver com quem lhe lembra os orientais que combateu e matou na Guerra da Coréia, nos anos 50. Não aceita - ele que trabalhou a vida toda na empresa-símbolo dos EUA, a Ford – a invasão dos carros asiáticos e outros produtos estrangeiros.
Na verdade, Walt não suporta mais a vida: a falta de amor dos filhos e netos; os EUA que não são mais a potência única do planeta e seus traumas de guerra.
Sem a esposa amada, só lhe resta morrer sozinho como como o homem duro e intolerante que sempre foi.
O contato, porém, com o adolescente oriental, Thao e sua irmã que vivem ao lado, lhe mostrarão que há mais respeito e afeto naquela família oriental e jovens do que ele jamais recebeu de seus filhos. Do que ele não vê mais nos jovens nascidos em seu próprio país.
É assim que o racista Walt descobrirá o valor daqueles “chinas”, na verdade os “hmongs”, povo nômade da Ásia que apoiou os norte-americanos na Guerra do Vietnã e, agora, tenta sobreviver numa América que lhes é hostil.
É assim que o velho Clint dá sua última lição, como ator e diretor, da tolerância que seu país e mundo precisam praticar.
A lição, que em boa parte do filme vem em forma de muito humor e piadas, logo se tornará um drama. Porque a intolerância em geral descamba para a violência sem freios.
A violência que Walt-Clint tentará deter com seu estilo de durão.
A violência que só poderá ser detida com a mais bela lição de amor ao outro que o cinema já nos ofereceu.
A lição que só mesmo o bom e velho Clint - o último dos bravos cowboys com coração e lealdade – poderia legar.
Porque poucos são capazes de filmes e gestos tão grandiosamente dignos e altruístas como este Walt Kowalski com que Clint encerra sua carreira de ator.
E como fará falta.
É sempre uma perda irreparável quando um grande se vai. Graças que Clint seguirá ainda trabalhando como diretor. E tentando resgatar a humanidade que boa parte do mundo perdeu.
Em Gran Torino, Clint se despede do trabalho como ator encarnando com o impacto de sempre (cada gesto e olhar dele são sentenças de brutalidade latente ou sensibilidade sendo despertada) o reacionário Walt Kowalski, um velho branco rabugento descendentes de poloneses. Morta sua esposa e desprezado pelos filhos e netos, ele viverá sozinho num bairro de vizinhos quase todos imigrantes orientais, chicanos ou negros.
Walt não suporta os “chinas” que vivem ao seu lado. Não suporta conviver com quem lhe lembra os orientais que combateu e matou na Guerra da Coréia, nos anos 50. Não aceita - ele que trabalhou a vida toda na empresa-símbolo dos EUA, a Ford – a invasão dos carros asiáticos e outros produtos estrangeiros.
Na verdade, Walt não suporta mais a vida: a falta de amor dos filhos e netos; os EUA que não são mais a potência única do planeta e seus traumas de guerra.
Sem a esposa amada, só lhe resta morrer sozinho como como o homem duro e intolerante que sempre foi.
O contato, porém, com o adolescente oriental, Thao e sua irmã que vivem ao lado, lhe mostrarão que há mais respeito e afeto naquela família oriental e jovens do que ele jamais recebeu de seus filhos. Do que ele não vê mais nos jovens nascidos em seu próprio país.
É assim que o racista Walt descobrirá o valor daqueles “chinas”, na verdade os “hmongs”, povo nômade da Ásia que apoiou os norte-americanos na Guerra do Vietnã e, agora, tenta sobreviver numa América que lhes é hostil.
É assim que o velho Clint dá sua última lição, como ator e diretor, da tolerância que seu país e mundo precisam praticar.
A lição, que em boa parte do filme vem em forma de muito humor e piadas, logo se tornará um drama. Porque a intolerância em geral descamba para a violência sem freios.
A violência que Walt-Clint tentará deter com seu estilo de durão.
A violência que só poderá ser detida com a mais bela lição de amor ao outro que o cinema já nos ofereceu.
A lição que só mesmo o bom e velho Clint - o último dos bravos cowboys com coração e lealdade – poderia legar.
Porque poucos são capazes de filmes e gestos tão grandiosamente dignos e altruístas como este Walt Kowalski com que Clint encerra sua carreira de ator.
E como fará falta.
É sempre uma perda irreparável quando um grande se vai. Graças que Clint seguirá ainda trabalhando como diretor. E tentando resgatar a humanidade que boa parte do mundo perdeu.
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