domingo, novembro 14, 2010

Faltou pouco

Gamova pulveriza o bloqueio triplo brasileiro
Após uma monumental virada na semifinal contra o Japão - de ataque muito rápido e uma defesa fantástica das nipônicas - um dramático 3 x 2 após perdermos os dois primeiro sets, com uma dura perda de 35 a 33 no 2º set, não deu para vencer o poderoso ataque e bloqueio das russas lideradas por essa implacável Gamova, a gigante no tamanho e técnica, 33 pontos na decisão. Sim, perdemos de novo um jogo decisivo para as russas no tie-break, como acontece em Atenas´2004 e no Mundial de 2006. Mas pelo menos agora os idiotas não poderão dizer que “as meninas amarelaram de novo”. Não poderão dizer isso porque vencemos as russas na semifinal de Pequim´2008 e depois as meninas trouxeram o ouro.
Não vencemos hoje por alguns motivos-chave: a levantadora Fabíola tentou, mas substituir a mágica e fria levantadora Fofão, é impossível. Falta a Fabíola a velocidade que a veterana imprimia e uma maior versatilidade na hora de distribuir. Ou seja, Fofão era genial, Fabíola apenas uma boa levantadora.
Outro problema de ausência: duas campeãs olímpicas em Pequim, a titular Mari, nossa atacante mais fria, e a sempre importante Paula Pequeno, outra atacante poderosa, não estiveram no Mundial por se recuperarem de cirurgias.
Na decisão de hoje as brasileiras não conseguiram parar a impressionante Gamova e faltou mais calma para vencer o bloqueio russo. Apenas Sheila, em maior escala, e depois Natália, conseguiram virar mais bolas, mas a jovem Natália pecou em alguns momentos por tentar furar a muralha adversária em vez de explorar o bloqueio, como sempre pedia nos tempos o treinador Zé Roberto. Nossa outra atacante, Jaqueline, teve altos e baixos, e cometeu o mesmo erro de Naty em alguns lances decisivos.
Nossas meios de rede, Thaísa e Fabiana, foram bem no ataque, mas poderiam ter sido mais acionadas por Fabíola, e poderiam ter rendido bem mais no bloqueio. E faltou a Thaísa ficar mais ligada: tomou umas três bolas de segunda da levantadora russa e ainda não colocava a mão no ângulo correto em várias tentativas de bloqueio.
Não deu. Mas no vôlei, mais importante é sempre a Olimpíada. Esperemos então estar com time completo em Londres´2012 e que Fofão, quem sabe, aceite repensar sua aposentadoria da seleção. Com ela podemos sonhar com o segundo ouro olímpico. Sem ela, ou aparece uma jovem com muito talento ou dependeremos de novo de levantadoras apenas boas, não excepcionais, como Dani Lins e Fabíola.
S - A história poderia ter sido diferente caso o árbitro coreano não tivesse mudado a marcação do bandeirinha em um momento-chave do jogo. Era o tie-break, Sheila atacou uma bola boa, era o 8 a 6 para o Brasil. O juiz principal deu a bola como fora, as russas empataram em 7 a 7 e daí pra frente comandaram o placar até vencerem o set e o jogo. Detalhe: esse juiz coreano foi o mesmo que arbitrou as outras duras derrotas polêmicas do Brasil para a Rússia, em Atenas e no Mundial passado. Zé Roberto pediu que ele não fosse escalado. A Federação não aceitou.

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