sexta-feira, março 26, 2010

Ter o que fazer...


(Ser do BBB segurando o cérebro, perdão, a massa cinzenta)
Multidão se aglomerando para descolar uma vaguinha na arquibancada do julgamento dos assassinos da menina Isabella. Tem sanguessuga que até dormiu lá para poder entrar.
92 milhões de pessoas votando no BBB. Outras dezenas de milhões assistindo para poderem discutir sobre os quatro únicos temas que programa tão rico discute: rigidez das bundas das mulheres, músculos masculinos bombados, guerra heteros X gays e trairagem pura. Isso sem falar no vocabulário tão amplo como o da minha cadelinha Capitu (ops, desculpa te ofender, Capitu!).
Milionários do futebol prestando depoimento porque foram vistos junto de traficantes de drogas ou porque fizeram negócios com eles. E tem jornalista que acredita em Papai Noel que ainda os defendem, dizendo que as críticas são preconceito porque os caras estavam apenas se divertindo na favela.
Bandidos disfarçados de torcedores xingando Ronaldo e quebrando os carros de jogadores do Corinthians dentro da arena de Barueri.
É muita falta do que fazer. É muita alienação. É muita falta de cultura. Ou suas vidas são tão vazias que preferem passar horas metidos nas tragédias e banalidades da vida dos famosos?
Lembro de quando, uns 15, 20 anos atrás, quando os intelectuais metiam o pau nas novelas porque seriam agentes alienantes, que desviariam as pessoas de uma vida pensante e reflexiva. Aposto que hoje esses mesmos intelectuais devem sentir saudades dos tempos em que a maioria dos brasileiros gastava boas horas por dia vendo novelas. Porque novela, hoje, parece curso de pós-graduação universitária perto do baixo nível dos BBB´s, Adrianos, Casos Isabella e outros absurdos que batem todos os recordes de audiência e pesquisas no Google.
Alguém aí, que sabe quem foi o gênio Nelson Rodrigues, tem dúvidas do que ele falaria dessas unanimidades de audiência colossais?

Um comentário:

  1. Esse é o Zé. Exatamente assim que eu penso.
    Só faltou o Arruda. Já parou para pensar o quão paradoxal e absurdo é você usar a expressão "O governador preso do DF, José Roberto Arruda...".

    É o circo midiático da alienação nacional.

    Beijos, Zé. Muita saudade de você.

    Luci

    ResponderExcluir