terça-feira, dezembro 08, 2009

Mãos e Corações Pinheirenses


Como vencer o favorito Osasco – dez vezes campeão paulista - e suas sete jogadoras de seleção brasileira, quatro delas campeãs olímpicas? A resposta foram as mãos cheias de coração das guerreiras do vôlei feminino do Pinheiros/Mackenzie. Guerreiras vibrantes e explosivas a cada jogada. Guerreiras conscientes, tão bem armadas e lideradas pelo talento e equilíbrio da capitã e levantadora Fabíola*, grande regente do Pinheiros campeão paulista de vôlei de 2009. Guerreiras tão bem treinadas e motivadas pelo treinador Paulo Coco, que soube marcar para suas atletas as principais ações ofensivas do Osasco, como as quase indefensáveis pancadas violentíssimas de Natália, as cortadas de força e técnica de Jaqueline e Sassá e o ataque de meio lá do alto de Thaísa e Adenízia.
Indefensáveis se não estivesse do outro lado o corajoso e eficiente bloqueio azul puxado pela garra da central Bárbara.
Indefensáveis não estivesse do outro lado os mergulhos e verdadeiros salvamentos da líbero Verê.
Indefensáveis se a maioria dos bombardeios do Osasco não fossem amortecidos pelas mãos azuis. Amortecimento que dava chances de um bom passe e tempo para a maestria e visão de Fabíola para servir com perfeição suas atacantes.
Atacantes que arrebentaram o sólido bloqueio e marcação do Osasco como a tão rápida quanto furiosa ponteira Fernanda Garay, grande destaque das finais.
Atacantes como a porradaria enfiada pela ponteira Ju Costa (substituída por Cibele no último jogo) e as bolas precisas atacadas sem medo pela oposta Lia nos momentos mais difíceis.
E houve ainda os ataques de meio de rede de Bárbara, que cresceu muito no último e decisivo jogo, e Lígia.
Foram três jogos duríssimos que deram o segundo título paulista ao Pinheiros (1999 e 2009) e elevaram as mulheres do Pinheiros/Mackenzie à condição de uma das forças maiores na próxima Superliga. A sofrida derrota inicial em casa (3 sets a 2, perdendo de virada) foi compensada pelos impecáveis 3 a 0 aplicados em plena quadra do Osasco, na 2ª partida. Finalmente, na noite de 2ª feira, as pinheirenses ficaram muitas vezes atrás no placar mas viraram na raça (como no 15 a 20 no quatro e decisivo set) e fecharam em 3 sets a 1 (21-25, 25-23, 27-25 e 25-22) para delírio da torcida que lotou o ginásio do clube da capital.
A raça que foi tão bem destacada pelo treinador adversário, Luizomar Moura e pelos comentaristas da Sportv, que passou ao vivo as finais.
A raça que orgulhou o Pinheiros nessa inesquecível noite de 6 de dezembro.
Que seja o começo de uma história ainda maior, como uma sonhada conquista do Brasil...

* MOMENTO MÁGICO
O símbolo do Pinheiros/Mackenzie campeão foi uma genial jogada executada pela bela Fabíola na 2ª partida da decisão. Após receber um passe complicadíssimo, os dedos mágicos e a incrível visão e serenidade dessa levantadora-pianista, conseguiram fazer um levantamento de costas para um ataque e ponto decisivo da equipe azul. Ali ficou claro que o Pinheiros possuía uma qualidade vital para um grande campeão: a superação e o talento de uma levantadora - posição-chave e cérebro de uma equipe de vôlei – excepcional.
PS - Não entendo porque a Globo sabota a própria Globo. As finais do Paulista de vôlei foram transmitidas pelo Sportv e hoje o Globo Esporte exibiu uma "incrível e longa" reportagem de 30 segundos sobre o título do Pinheiros... E na sequência, reportagem sobre s Superliga, com entrevistas de treinos, falando da Superliga, com... as derrotadas do Osasco. Nadinha de entrevistas com as campeãs do Pinheiros... É brincadeira!!!

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