quinta-feira, outubro 01, 2009

O mestre dos instantes


Ele caçava as imagens mais difíceis de serem capturadas, as do cotidiano. As fotografias que precisavam ser percebidas e clicadas com a velocidade e serenidade (como é possível aliar coisas tão díspares?) de quem olha e enxerga toda a vida dos pequenos atos e gestos. Pequenos flashes simples do dia-a-dia urbano pacato ou da loucura da guerra. A guerra onde foi vizinho e testemunha, tantas vezes, da morte.
O francês Henri Cartier-Bresson foi o mestre maior dos instantes decisivos. Fotografava como um arqueiro zen a lançar suas flechas precisas e por isso, sua receita da foto perfeita era “colocar na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração”, como ele mesmo afirmou. O coração que derramava-se de cada simples e mágica imagem que ele perseguia nas ruas de sua Paris e mundo todo. Mundo porque, mais que fotografar, Bresson tinha sede de viver e defender seus ideais. Por isso serviu o exército de seu país na II Guerra Mundial, foi capturado, fugiu e então lutou na Resistência contra os nazistas que ocupavam a França. Por isso, finda a guerra, rodou o planeta fazendo excepcionais trabalhos de fotorreportagem em diversos conflitos. Depois criou, em 1947, junto de outros jovens e geniais colegas, como Robert Capa, a inesquecível agência Magnum, nome mágico, verdadeiro ícone do jornalismo, humanismo, arte e fotografia mundial.
Uma imperdível mostra-restrospectiva de Bresson - com retratos que fez de artistas e intelectuais famosos do passado e as poesias do instante que citei aqui - está sendo realizada no SESC Pinheiros até 20 de novembro.
Oportunidade imperdível para amantes da fotografia e da humanidade. E aprendizes talentosas e sensíveis como minha ex-aluna querida, Rafinha. Ela um dia registrou, numa praia paulista, esse instante poderoso que é a síntese de seu próprio país:

3 comentários:

  1. Linda a foto da Rafinha, Zé!
    Olhos sensíveis, precisão e suavidade.Impressionante o talento que ela tem.

    Confesso que antes de ler, achei que fosse tb do Bresson.

    E o texto "O fim do passeio" vc sabe que é dos que eu mais gosto de ler, né?!

    Eu ainda mantenho o hábito de passear. E mesmo de carro, pode acreditar que andar com os amigos ouvindo uma boa música (naquele volume que varia entre o alto e o ensurdecedor, rss), mexendo com as pessoas na rua, gritando e tendo ataques de riso é maravilhoso!

    E eu adoro a Paulista! Me sinto turista quando estou lá. Sempre ando devagar, olhando cada poeirinha da calçada, dos prédios e das pessoas (quase sempre bizarras), rss.

    Vamos ver se a gente combina um café, dia desses? Eu saio do trabalho e a gente se encontra, pra botar o papo em dia, pode ser? Faz tempo que eu não te vejo, tenho mil coisas pra te contar!

    E, ah, o TCC ta incrível, Zé! Conseguimos falar com sete diretoras (ENCANTADORAS!!), por enquanto. Isso me faz acreditar no Jornalismo e em mim.

    To naquela fase: "Hora de correr atrás dos sonhos, antes que eles morram". E eu to correndo. Juro que estou.

    Saudade, Zé!
    Se cuida. Um beijo.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Oi zé :) É a Carol Melo, não sei se você lembra usahashu. Mas enfim, você pode me passar o seu email? Queria mandar algumas coisas que escrevi ultimamente, pra você ver o que acha, fazia tempo que não escrevia ai não sei como estou sabe? Então é isso, beijos zée

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