sexta-feira, outubro 23, 2009

Twitter faz mal para o cérebro

Um bom texto - com mais de 140 caracteres, graças a Deus e para alívio de meu cérebro - bastou para cair a ficha. Um professor universitário dos EUA matou a charada ao escrever o livro The Dumbest Generation (a geração mais burra) sobre as crianças que gastam horas na internet. Na fragmentação da internet em que elas acabam não tendo contato com o que nos faz desenvolver o pensamento: o conhecimento linear. Um conhecimento que só pode ser conquistado, por exemplos, em livros.
São tantas as informações, links, sites, bobagens e baixarias na internet ao alcance da molecada que as qualidades da grande web perdem feio para a inutilidade.
O grande vilão para o professor Mark Bauerlein é a fragmentação, esse monte de caquinhos de informação e opções que a internet traz e embaralha a mente de qualquer um.
Mas o que o Twitter tem a ver com isso? Tudo, pois traz um monte de gente postando banalidades (maioria) ou dicas legais. O problema é que se formos clicar em várias dicas, vamos ficar pingando de site em site e aí nosso tempo e leitura de qualidade, linear (do começo a fim de um texto), estimulando a reflexão (do começo ao fim), vai pro saco.
Podem ter certeza: pegar um bom jornal, revista ou livro ou ver um bom filme vai fazer muito melhor ao seu cérebro do que o massacre twitteiro.
Um massacre que só faz bem aos donos do Twitter e aos marketeiros que usam esse site para aparecerem ainda mais.
Ou você acha que um dia vai dizer para alguém: - Putz, um dia entrei num link que postaram no Twitter e aquilo contribui demais com minha vida, aprendi isso..., aquilo, mudou minha vida...
Acorda, moçada.
PS - Sim, tenho Twitter e quase nunca atualizo. E não lembro de nada do que li ali. Mas lembrarei muito tempo do texto sobre a geração digital: "Conectados, multitarefa, radicais, isolados e burros". O texto, do caderno LINK, do Estadão, está aqui:
http://www.estadao.com.br/tecnologia/link/not_tec3049,0.shtm

2 comentários:

  1. Eu sempre abominei o Twitter. Mas, há pouco tempo, criei uma conta e me pus a treinar para escrever pouco, sintetizando as ideias, reduzindo os sentimentos, (quase) subestimando as emoções.

    O fato é que para quem gosta de escrever e ler, essa coisa de 140 caracteres realmente não funciona. É tão pouco que chega até a irritar!

    Mas também vejo um ponto positivo. Fazia meses que eu não escrevia nada. Absolutamente nada. Abri e fechei blogs como quem troca de roupa. As palavras não fluiam como antes e tudo o que eu tinha eram alguns fragmentos de mim mesma, em esboços mal escritos.

    O Twitter me ajudou nesse sentido. Eu podia escrever uma frase solta, que antes ficava apenas divagando, sem rumo dentro de mim.

    E mesmo que não fizesse muito sentido, era uma forma de eu recuperar um pouco a identidade. Sei lá, parece muito dizer isso, mas é verdade. Num blog eu achava desrespeito com quem fosse ler, escrever meia linha sem nexo.

    No Twitter, aquela meia linha que eu lia e relia mil vezes, me fazia criar outras meias linhas que, juntas passavam a ter sentido de novo.

    Ainda acho que o Twitter é um comprimido. Doses de informação que não nos levam pra muito longe.

    Mas não sei se atrofiam o cérebro. Talvez pra quem vive e respira só isso, o dia inteiro, seja mesmo muito prejudicial.

    Mas talvez seja também uma forma de "desabafo". Para mim funciona assim. Tudo o que eu quero gritar, eu acabo postando. Tento me policiar, porque uma (quase) jornalista escrevendo banalidades do tipo: "to com sono, vou dormir" é meio besta, né!?

    Sei lá, eu procuro escrever coisas interessantes, que digam mais do que o que eu estou fazendo ou no que estou pensando. E acho que estou aprendendo a conviver pacificamente com essas novas e bombásticas mídias digitais.

    Mas, claro, não dispenso um bom livro, cinema e a companhia (REAL) dos meus amigos.

    PS: To lendo a "Insustentável leveza do ser", do Milan Kundera. Já leu, Zé?! É lindo. De chorar.

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  2. Eu twito
    Tú twitas
    Ele twita
    Nós twitemos
    Vós twiteis
    Eles twitam

    Agora conjuga aí no pretérito perfeito, no mais que perfeito, futuro do presente e futuro do pretérito...

    E não escreve mais nada nesse blog sobre o time do São Paulo, hein. É só tu reclamar que os bambis viram lideres.

    Abraços Alvinegros aqui da Ilha, que já foi mágica. O meu vai morrer na praia. Novamente...

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