quinta-feira, fevereiro 03, 2011

O erro do trio de lata

O vexame monumental do Corinthians na Pré-Libertadores têm a mesma explicação dos seguidos vexames de São Paulo e Palmeiras nos últimos anos: a soberba e incompetência de seus dirigentes. Depois do fiasco na reta final do Brasileirão que já dava como ganho, e do retorno das férias de um Ronaldo ainda mais gordo, quem Andrés Sanchez contratou para melhorar sua equipe? Ninguém. Sobre Fábio Santos eu comento daqui a pouco... Pra piorar, Andrés se livrou não apenas de um jogador importante, mas de seu melhor homem. Aquele responsável por quase toda a criatividade, inteligência e velocidade do seu meio-campo e parte do ataque, por marcar, apoiar e fazer gols decisivos, Elias. E há ainda outra estupidez de Andrés, anterior à perda de Elias, aqui bem parecida com a cegueira de seu inimigo tão parecido com ele, Juvenal Juvêncio, o ditador sãopaulino: a escolha errada de treinadores. Enquanto Juvenal foi buscar um treinador que não ganha nada há 30 anos (!?), Carpeggiani, Andrés foi buscar uma das maiores farsas do futebol brasileiro, o metido a intelectual Tite, aquele que traz o pior da escola gaúcha de treinadores: o amor à retranca que é igual à covardia. E o currículo de Tite limita-se a um título importante, a Copa do Brasil de 2001, com o Grêmio. Só isso.
Quando li no jornal que Roberto Carlos não jogaria contra o Tolima ontem, fiquei espantado ao saber que seu substituto era outra farsa: um dos jogadores mais odiados e xingados da história recente do São Paulo, Fábio Santos, que foi “revelado” no Morumbi. Lembro bem de quantas vezes xingava esse lateral habilidoso que se achava craque e por isso não marcava ninguém e ainda era um caráter mais que duvidoso. Lembro também de uma avenida maior que Giovanni Gronchi, que sempre deixava às suas costas na era em que o São Paulo guardou uma das maiores secas da sua história, os anos pós-Telê e Raí. Aliás, Juan, o novo ala esquerdo tricolor parece um clone de Fábio Santos, sabendo apenas cruzar melhor. E tem outra defeito de Santos: a pipocada em momentos cruciais.
Fábio Santos + a covardia monumental de Tite, que encheu seu arremedo de time com volantes e não escalou nenhum meia para municiar Dentinho (outro que não tem na raça e valentia o seu forte), Jorge Guerreiro e o cone Ronaldo, fizeram o Corinthians tomar um baile dos colombianos no 1º tempo, não tomando gols por acaso e má pontaria do Tolima. Os 15 minutos de pressão alvinegra no 2º tempo (enfim, um pouco de coragem) quase resultaram em mais um milagre de Ronaldo, mas as mãos do goleiro paraguaio do Tolima parecem que encerraram, definitivamente, a carreira do ex-Fenômeno que não soube que sua hora de parar já passou faz tempo. Pouco depois o Tolima abriu o marcador, com jogada construída nas costas de um jogador ainda sem ritmo e em má forma, Alessandro, que voltou há pouco de contusão. A seguir o peruano Ramirez, que acabara de entrar, fez a tolice de ser expulso e logo os colombianos decretaram o fim da era Ronaldo ao construírem uma jogada nas costas de... adivinhem quem... Fábio Santos. E na conclusão dos dois gols ficou clara também a ausência de um zagueiro à altura do bom e velho William, zagueiro limitado, mas viril, líder e que dava conta do recado e crescia na hora H.
E não achemos nós, de meu time, o São Paulo, e vocês, palmeirenses, que podem rir à toa. Não podemos. Não podem, porque o maior vexame de um clube brasileiro na história dos Libertadores protagonizado pelo Corinthians, para mim não é muito diferente do “tetracampeonato inverso” medonho das seguidas eliminações do São Paulo na Liberta 2007/8/9/10 da Era Juvenal de fracassos e erros na única competição que interessa, de fato, ao sãopaulino mais doente. Graças ao dedo podre de Juvenal para escolher treinadores e da sua mão cerrada para contratar, é fiasco atrás de fiasco. A única diferença, pequenina... é que o São Paulo é tri da Liberta e fez seguidos papelões muito por culpa da diretoria e certos jogadores enganadores (Dagoberto no topo...), mas jamais por sucumbir à pressão (pra não dizer outra coisa) do mais duro torneio do planeta.
Palmeiras? A década de derrotas vergonhosas prossegue sem perspectiva num clube em que suas diretorias corneteiras e briguentas alternam-se no poder, e mantém um time que tem Marcos, Assunção, Kleber e mais ninguém. Ou algum palmeirense de verdade acha que liderar o Paulistão é prova de força? O elenco alviverde segue sendo um dos mais frágeis dos clubes grandes do país, cheio de jogadores inexpressivos sem a mínima história de sucesso e ainda sofrerá ainda mais quando outra farsa, Valdívia, voltar a jogar. E ainda há, no banco, um Felipão parado no tempo há anos.
Rir de verdade só podem os santistas, mas apenas por mais seis meses. Ou vocês acham que Neymar e Ganso seguirão na Vila após a janela européia do meio do ano??? E não achem que a Fábrica de Meninos da Vila é tão farta assim. Os meninos da Vila só surgem de dez em dez anos, às vezes mais. Assim foi com a geração de Nilton Batata, Juari, Pita e João Paulo (anos 80), Diego e Robinho (início dos 2000), Ganso e Neymar (2010).
Enquanto os grandes clubes paulistas não virarem empresas, com dirigentes profissionais e transparência, seguiremos vendo nossos presidentes venderem nossos raros destaques todos os anos, e não repondo essas peças. E alguém aqui me diz o que o Juvenal fez com a venda do Hernanes???

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