quinta-feira, outubro 14, 2010

Vida Real, O Encontro I

(Essa foi a mais bela foto, de pessoas que conheci, que simboliza bem o que é compartilhar)

Por que ir nesse encontro pensado por meu desejo de encontrar pessoas especiais reais, e não meros retratos e suas palavras despejadas numa telinha?
Porque o mundo virtual está se apoderando de algumas palavras que fazem muito mais sentido só quando elas existem de carne e osso (in flesh and blood, como diriam os gringos do passado, aqueles dos westerns e não esses criadores lunáticos obsessivos de novos sites e tecnologias). Uma dessas palavras chama-se compartilhar. Talvez seja a palavra-chave.
Uma coisa é compartilhar links na internet e passar para os “amigos” (meros contatos e conhecidos, talvez). Outra, bem diferente, é compartilhar momentos.
Momentos só existem quando uma pessoa está diante da outra.
Momentos só existem quando vemos um sorriso e gostamos dele.
Momentos só serão lembrados intensamente depois como inesquecíveis se vemos com nossos olhos, se escutamos a voz humana falada diretamente, se presenciamos um gesto ou fato na hora em que ele ocorre, ao vivo.
Ninguém compartilha nada profundamente enquanto está com a bunda sentada numa cadeira em frente a uma telinha longe do sol, do frio, da chuva e do vento. Longe das outras pessoas. Longe das mãos que apertam outras mãos. Longe dos dois braços que se abrem como um coração para envolver outra pessoa. Longe desta incomparável experiência que é ver a outra pessoa e falar com ela pessoalmente.
Longe de um gesto tão banal mas tão simbólico e poderoso como erguer um copo para esse fantástico ritual chamado brinde.
Ninguém brinda com um amigo por trás de uma telinha.
Por isso, meus amigos (as), meus irmãos (ãs) e amores, espero vocês nesta sexta-feira para erguermos um brinde à vida real e à nossa camaradagem real.
Hoje cedo surfei belas e longas ondas e como sempre elas lavaram minha alma, mas não completamente. Chegou uma hora em que, mesmo com o mar em boas condições, resolvi sair. Surfar sozinho tem prazo. Porque falta alguém ao lado.
Por isso peguei minha derradeira onda da session, fiz o sinal da cruz e fui embora.
Hoje cedo só lavei a alma completamente quando, antes de subir a serra, parei no canal 2 para apertar a mão de um amigo, de um filho, de um irmão. Meu ex-aluno, hoje professor de surf.
E lembrar que anos atrás a primeira vez em que ele surfou na vida foi com uma prancha minha.
- E aí, meu irmão?
- E aí, mestre?
- Só dei uma parada aqui, já tô indo embora...

O papo é breve, preciso voltar a Sampa para trabalhar mas então ele fala aquelas 3 palavrinhas mágicas;
- Pô, faz um cinco aí.

Faz um cinco, moçada. Mesmo quem já tiver um compromisso, dá uma passadinha lá no Seu Justino nessa noite de 15 de outubro. Façam uns cinco minutinhos.
Compartilhar, moçada, é tudo.
Ergo então um brinde a você que se importou e leu esse texto.
Obrigado.

3 comentários:

  1. Conte comigo. Vida real, vida virtual e viagem espacial.

    Abs.,

    Baccari

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  2. AMO QDO VC ESCREVE SOBRES PESSOAS, SENTIMENTOS, EXPERIÊNCIAS DE VIDA... SÃO DE UMA SENSIBILIDADE ÍMPAR.....
    SAUDADES DE ABRIR MEU EMAIL E RECEBER TEUS TEXTOS PARA FORMATAR PARA A GALERINHA DA EAS!
    BEIJOSSSS,
    LU

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  3. Po Zé, não deu para passar no seu Justino na sexta, tive uma confraternização no trampo, mas quanto ao surfe sozinho, cansei de chamar né!!! é só marcar que caímos juntos no mar! aquele abraço REMO

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