“Não importa como você toca. Mais importante é como você sente cada tecla”. O conselho só poderia vir de uma mestra, de alguém que mesmo deixada em um asilo, ainda reconhece e ensina tão bem a beleza da vida. A beleza que só pode estar no coração. No que sentimos. No que sentimos com entrega, paixão. O conselho vem de uma professora de piano já velhinha à criança Benjamin Button. Uma criança com corpo de velho, mas uma criança no que tem de mais puro: a vontade e alegria de aprender. A alegria de descobrir a magia das pequenas coisas essenciais como a música que vibra em cada tecla de piano. Ainda mais essenciais quando a professora, além da técnica, revela o poder de fazermos algo despejando nossa verdade mais profunda: nossos sentimentos.
O curioso caso de Benjamin Button não é apenas uma história e vida ao contrário, do bebê que nasce velho e vai rejuvenescendo ao longo dos anos. Não é apenas uma fábula sobre a eterna vitória do tempo (incrível como, mesmo ao contrário, o fim é sempre implacável). Não é apenas a impecável atuação de Brad Pitt, escondido por uma maquiagem sublime mas revelando-se em olhares, gestos e palavras em várias fases da vida. Não é só a beleza que é todo homem ou mulher que se joga na vida com a paixão ensinada pelos mestres e vontade genuína interior. A beleza com que o estranho (para a sociedade) Benjamin decide um dia partir em busca do mundo trabalhando em um barco.
Mesmo se o próprio Benjamim afirme algumas vezes que “nada é para sempre”, há algo, sim, que desafia o tempo e sua sina ao contrário, de ir perdendo anos em vez de ganhá-los. Há uma das poucas forças que conseguem vencer o tempo. Uma força chamada amor.
Uma força que Benjamin encontrará em uma criança, em uma jovem, em uma mulher, em uma senhora, em uma idosa, todas elas a mesma pessoa: o amor de sua vida.
Sim, mais do que a tão bela e revigorante quanto triste sina de Benjamim; mais do que a batalha contra o tempo, mesmo se o amor entre os amantes um dia se perder (ele fica mais jovem, ela envelhece), mesmo assim o amor prevalecerá.
Esta talvez a grande lição desse filme magnífico: mais importante que tocar o piano da vida é sentir a melodia de cada tecla que passa por nós. E, se tivermos a graça de encontrar aquela canção-metade que nos completa, devemos ter a coragem de jamais parar de tocá-la, cantá-la, senti-la.
Só assim poderemos partir sendo amados até nosso último suspiro (ou primeiro, para Benjamin). Só assim poderemos ser dignos até o fim. Dignos como os velhinhos e velhinhas que ajudaram a valente mãe adotiva de Benjamim a cuidar dele anos e anos no asilo em que foi abandonado. Aí outra das lições do filme: o carinho, sabedoria e ausência de preconceitos dos velhinhos. Tão descartados por nossa sociedade e mundo baseados na juventude, competição e lucro, são os idosos e sua capacidade de enxergar além das aparências que propiciam um crescimento saudável para aquele menino que nasceu horrivelmente velho para seu pai.
Não percam essa aula de vida. Não percam um formidável Brad Pitt e uma ainda melhor Cate Blanchet, uma atriz e mulher à altura de seu papel e missão: amar do início até o fim. Amar o estranho e o belo. Amar lá dentro.
Quantos conseguem amar dentro?
Quantos entenderam o recado de Peter Troy, o sábio viajante e surfista (nessa ordem) falecido há pouco? Esse australiano que amava o Rio e o Brasil, um dia disse que surfar é apenas uma parte, um mero acorde, da música maior que vai muito além das ondas.
A música que Benjamin, um homem de trajetória extraordinária mas vida simples, sempre procurou e tentou tocar com a paixão que aprendeu com uma simples e maravilhosa professora de piano.
Só assim poderemos partir sendo amados até nosso último suspiro (ou primeiro, para Benjamin). Só assim poderemos ser dignos até o fim. Dignos como os velhinhos e velhinhas que ajudaram a valente mãe adotiva de Benjamim a cuidar dele anos e anos no asilo em que foi abandonado. Aí outra das lições do filme: o carinho, sabedoria e ausência de preconceitos dos velhinhos. Tão descartados por nossa sociedade e mundo baseados na juventude, competição e lucro, são os idosos e sua capacidade de enxergar além das aparências que propiciam um crescimento saudável para aquele menino que nasceu horrivelmente velho para seu pai.
Não percam essa aula de vida. Não percam um formidável Brad Pitt e uma ainda melhor Cate Blanchet, uma atriz e mulher à altura de seu papel e missão: amar do início até o fim. Amar o estranho e o belo. Amar lá dentro.
Quantos conseguem amar dentro?
Quantos entenderam o recado de Peter Troy, o sábio viajante e surfista (nessa ordem) falecido há pouco? Esse australiano que amava o Rio e o Brasil, um dia disse que surfar é apenas uma parte, um mero acorde, da música maior que vai muito além das ondas.
A música que Benjamin, um homem de trajetória extraordinária mas vida simples, sempre procurou e tentou tocar com a paixão que aprendeu com uma simples e maravilhosa professora de piano.
Porque em alguns homens e mulheres extraordinários, o coração é maior que o tempo.
Ae Careca, finalmente assistiu esse!! Um belo conto transformado em um ótimo filme!! E assiste tb o "Slumdog Millionaire" que vai estrea por aqui em março (não sei como será a tradução do título, esse eu baixei e assiti). Muito bom também!!
ResponderExcluirAbraço Zé!
Ah, já lhe contei que fui atingido por um raio sete vezes!?
Zé, muito bom o texto, só tu mesmo pra extrair essa essência de um filme do nível desse aí.
ResponderExcluirAbração, valeu o drop lá no blog!
Gustavo
Ótima indicacao, zé. Aqui chegou soh na semana passada, mas chegou. Ainda estou digerindo a trama... simplesmente incrivel. E seu texto arremata.
ResponderExcluirUm bjo gde!
Fala professor. Muito bom o filme e muito bom o texto. Eu não tinha visto o filme por esse ponto de vista.
ResponderExcluirMuito legal seu blog. Só ainda não assisti "o lutador" para poder comentar.
Abraços
:]