Não foi apenas um jogo memorável, foi um resgate de uma camisa tão maltratada desde que o mito Oscar se aposentou. 14 anos depois de nossa última e digna participação em um grande evento (em 1996 era a Olimpíada de Atlanta), o basquete masculino brasileiro finalmente teve uma atuação condizente com um país que já foi bicampeão mundial da modalidade (nos distantes 1959 e 63). Surpreendendo a todos os seus críticos (me incluo nessa), um possesso, valente, corajoso e líder Leandrinho, muito bem acompanhado nessa regência pelo ousado Marcelinho Huertas, comandaram a heróica partida que o Brasil fez diante dos EUA. Heróica, sim, pois perder por apenas 2 pontos dos homens da NBA é sempre uma façanha. E olha que poderíamos ter vencido caso não tivéssemos errado tanto no último quarto, com muitos erros infantis de passes e chutes de 3 precipitados, uma pane geral que assolou a seleção brazuca toda.
Mas valeu a coragem de partir pra cima dos homens da NBA e, sobretudo, a louca e infernal marcação que os brasileiros jogaram pra cima deles. Mais que uma marcação, uma entrega apaixonada que tem a mão de nosso Treinador, o argentino Ruben Magnano, um cara que simplesmente levou os hermanos ao ouro olímpico em Atenas. Treinador maiúsculo, que diferença depois de tantos treinadores medíocres, confusos e sem pulso que passaram pela seleção.
Além de Leandrinho e Huertas, foram bem também Marquinhos, Alex e Spliter, esse um pivô que não anda devendo quase nada aos melhores do mundo, faltando-lhe, porém, mais velocidade em algumas penetrações no garrafão. O problema é quando Spliter precisa descansar, pois sem Varejão, aguentar o lento e assustado JP é dose. O mesmo ocorre quando Huertas vai pro banco: Marcelinho Machado continua sendo 8 ou 80, alterna jogadas brilhantes com perdas de bola e erros bisonhos. Mas pelo menos hoje o Machado mais acertou que errou.
Bom, mas fica essa luta e belo basquete da seleção hoje, como não víamos há tanto tempo. Se jogarmos assim de novo, o sonho da medalha não será algo tão impossível. Uma medalha (bronze) que não conquistamos desde que Marcel (num time que tinha Oscar, claro) acertou aquele chute milagroso a 3 segundos do fim contra a Itália, em 1978...
PS - Só temo que a bela exibição brasileira hoje não se deva um pouco pela impressão de que essa seleção dos EUA é a mais fraca reunião de profissionais da NBA em muitos e muitos anos. Porque Kevin Durant não é esse fenômeno como o Sportv quer nos fazer crer. Porque esses americanos são uma espécie de terceiro escalão da NBA.
Pelo amor que sinto por esse esporte, fico muito orgulhoso da partida, mas ainda peço os pés no chão contra a Croácia e a Eslovênia, pois o nosso estilo de jogo se encaixa melhor com os americanos do que com o basquete do Leste Europeu. O Negócio é torcer e agradecer um técnico decente em nosso meio.
ResponderExcluirForte abraço Zé!
Polonês!